O bispo D. Manuel Clemente pediu esta segunda-feira para que não seja efectivada a atribuição do seu nome à ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão, como foi manifestado pela autarquia de Lisboa.
A notícia foi conhecida ao início da tarde desta segunda-feira, 14 de agosto, em comunicado do Patriarcado de Lisboa, citado pela Rádio Renascença. Neste comunicado o Patriarca emérito e administrador apostólico da diocese de Lisboa “agradece a atenção da Câmara Municipal de Lisboa, mas não quer, de modo algum, que a atribuição seja causa de divisão, ou que alguém se sinta ofendido”, refere o texto citado por aquele órgão de comunicação social.
Segundo o mesmo comunicado “a Jornada Mundial da Juventude, quis ser, muito pelo contrário, uma ocasião de reencontro de todos, em favor de uma sociedade mais justa e solidária”.
Na passada sexta-feira a autarquia da capital revelava através do site do município que a atribuição do nome de D. Manuel Clemente à ponte construída por ocasião da Jornada Mundial da Juventude “é uma justa homenagem da cidade a um homem que deu tanto a Lisboa ao longo da sua vida”. “Os lisboetas estão profundamente agradecidos ao Cardeal D. Manuel Clemente pelo seu contributo para um momento marcante para a cidade, que ficará gravado na história de Lisboa e nos corações de todos os que o viveram”, salienta.
A proposta deu origem a contestação por ser considerada uma ofensa às vítimas de abusos sexuais por elementos da Igreja, com uma petição online para que esta sugestão não se concretize.
Em resposta a esta petição e como gesto de saudação pela iniciativa da autarquia de Lisboa e Loures, um grupo de cristãos fez circular também uma petição online onde agradece a proposta das autarquias e propõe ainda o nome do Papa Francisco para o Parque Tejo onde se realizou a vigília e celebração de envio da Jornada Mundial da Juventude com a participação de cerca de um milhão e meio de participantes.
Diante deste confronto de petições, e para evitar divisões, D. Manuel Clemente pede agora que não seja efectivada a sugestão do seu nome para a referida ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão.
Foto: Patriarcado de Lisboa