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UCP homenageia Merkel: Liberdade não está ganha
D. Rui Valério encerrou a cerimónia de atribuição do doutoramento Honoris Causa a Merkel com apelo à verdade, ao saber responsável e à paz.
Por João Naia
Publicado em 10/07/2025 22:38 • Atualizado 10/07/2025 22:55
Sociedade
D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da UCP; Angela Merkel, antiga chanceler alemã; Isabel Capeloa Gil, reitora da UCP; Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República (Foto - Arlindo Homem/Patriarcado de Lisboa)

 

A Universidade Católica Portuguesa (UCP) atribuiu ontem, 9 de Julho, o título de Doutora Honoris Causa a Angela Merkel, antiga chanceler da Alemanha, destacando a sua “liderança fundada em valores, livre e sem medo” e a defesa firme dos ideais europeus em tempos de crise. A cerimónia, que decorreu no auditório Cardeal Medeiros, em Lisboa, reuniu personalidades do Estado, da política e da Igreja, e terminou com uma intervenção de grande densidade ética e cívica por parte do magno chanceler da UCP e patriarca de Lisboa, D. Rui Valério.

Isabel Capeloa Gil, reitora da UCP, abriu a sessão com um elogio à dimensão ética e visionária do percurso de Merkel. “É por isso este o tempo certo para homenagear Angela Merkel, reconhecer a grandeza da sua ação, o futuro que nos jogou, a particularidade da sua liderança”, afirmou. Evocando o papel decisivo da antiga chanceler durante a crise dos refugiados em 2015, Capeloa Gil enalteceu a sua coragem humanista: “Sem a alma humanista não existe a Alemanha, nem a Europa”.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República e padrinho da doutoranda, destacou três razões essenciais que tornam esta distinção um “imperativo categórico”, sublinhando a verticalidade moral de Merkel: “A doutoranda preferiu sempre que pôde na vida juntar à frieza de ferro a razão, a compaixão nascida de raízes e de memórias nunca esquecidas.” E lançou um aviso sobre os perigos atuais: “A vaga tentadora, egoística (contra a imigração) sobe e subirá até que os seus feiticeiros sejam vítimas dos seus feitiços”.

Angela Merkel, no seu discurso, dirigiu-se ao presente europeu com firmeza e preocupação. “Vamos deixar que (os populistas) definam a agenda? Ou será que nós, os partidos democráticos do meio, é que conseguimos definir a ordem de trabalhos?”, questionou. Relembrando o passado de ditaduras na Europa, deixou um recado direto às novas gerações: “A liberdade voltou a estar sob pressão. Temos de lutar por ela. (...) A liberdade não pode existir apenas para alguns, tem que existir para todos”.

O encerramento ficou a cargo do Magno Chanceler da UCP, Patriarca D. Rui Valério, que fez uma reflexão profunda sobre o papel da Universidade e do conhecimento como instrumentos de paz e verdade: “Não há verdadeira paz sem verdade. A ignorância, as “fake news”, as manipulações criam suspeitas, medos e conflitos.” E reforçou: “O saber deve traduzir-se em responsabilidade social. O conhecimento sem responsabilidade gera arrogância e distância.” Num elogio claro à homenageada, afirmou: “É justo reconhecer publicamente aqueles que, com espírito de serviço e visão de futuro, colocam o seu saber e a sua liderança ao serviço da construção da paz.”

A cerimónia contou com a presença de figuras como Carlos Moedas, Gonçalo Matias, José Manuel Durão Barroso, Pedro Passos Coelho e D. José Ornelas, reflectindo a relevância nacional e europeia da homenagem.

Neste tributo simbólico, Lisboa tornou-se ontem um centro de convergência de valores europeus — liberdade, verdade e responsabilidade — com Angela Merkel como figura tutelar e referência de uma liderança moral rara em tempos conturbados.

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com Agência Ecclesia

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