O Papa Leão XIV afirmou, esta manhã, que a compaixão é um valor essencial da humanidade, antecedendo inclusive a fé religiosa. Durante a audiência geral realizada na Praça de São Pedro, diante de mais de 40 mil fiéis, o Pontífice apresentou uma reflexão sobre a parábola do “bom samaritano”, extraída do Evangelho segundo São Lucas.
“Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”, sublinhou Leão XIV, alertando para os perigos da pressa e da indiferença. “Quem pensa que a sua própria viagem deve ser a prioridade não está disposto a parar por causa de outra pessoa”, afirmou, referindo-se aos personagens religiosos da parábola – o sacerdote e o levita – que ignoraram o homem ferido à beira do caminho.
O Papa destacou que a verdadeira compaixão não nasce da prática religiosa em si, mas de um encontro genuíno com o sofrimento do outro. “Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza, e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece.”
Segundo Leão XIV, o exemplo do samaritano – considerado um estrangeiro e desprezado na época de Jesus – é um apelo a agir com humanidade, sem se deixar guiar por preconceitos ou distâncias sociais. “Ele para simplesmente porque é um homem perante outro homem que precisa de ajuda. A compaixão exige envolvimento, exige que nos sujemos”, acrescentou.
Ao final da audiência, o Papa dirigiu uma saudação especial aos peregrinos de língua portuguesa, com destaque para os grupos vindos do Brasil e de Portugal. “Pela intercessão da Mãe do Bom Conselho, peçamos a graça de sentir no nosso coração os mesmos sentimentos do seu Filho amado. Deus vos abençoe”, concluiu.