O Papa Leão XIV celebrou esta manhã, na Praça de São Pedro, a Missa solene que marca o início oficial do seu pontificado, perante mais de 150 mil fiéis. Durante a cerimónia, recebeu o pálio papal e o anel do pescador, símbolos da sua autoridade como bispo de Roma e sucessor de São Pedro.
Na homilia, Leão XIV fez um forte apelo à unidade da Igreja e à solidariedade com os mais vulneráveis, apontando desigualdades, conflitos e um modelo económico excludente como grandes desafios do tempo presente. “No nosso tempo, ainda vemos demasiada discórdia, demasiadas feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente”, afirmou. “Queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade.”
Eleito a 8 de Maio, Leão XIV é o primeiro Papa nascido nos Estados Unidos da América. Na sua intervenção, evocou os dias intensos vividos pela Igreja após a morte do Papa Francisco, a 21 de Abril. “A morte do Papa Francisco encheu os nossos corações de tristeza”, recordou, mencionando também a última bênção do pontífice argentino na celebração pascal.
O novo Papa partilhou a experiência do Conclave que o elegeu, descrevendo-o como um momento de discernimento profundo para responder “às interrogações, às inquietações e aos desafios de hoje”. Reconhecendo que foi escolhido “sem qualquer mérito”, Leão XIV declarou-se disposto a servir com humildade: “Venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria.”
Diante de representantes de outras Igrejas cristãs e tradições religiosas, o Papa reafirmou o compromisso com o diálogo e a paz global, defendendo uma Igreja que seja sinal de concórdia no mundo: “Somos chamados a oferecer a todos o amor de Deus, para que se realize aquela unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a história pessoal de cada um.”
Inspirado pelo lema episcopal “No único Cristo somos um”, Leão XIV traçou o caminho para uma “Igreja missionária, que se deixa inquietar pela história” e que caminha “com todos os homens e mulheres de boa vontade” rumo a uma humanidade reconciliada. “Juntos, como único povo, todos irmãos, caminhemos ao encontro de Deus e amemo-nos uns aos outros”, concluiu.
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*com agências