À medida que os dias passam, vão-se conhecendo pormenores tocantes e curiosos sobre as derradeiras horas de vida do Papa Francisco, falecido na manhã de segunda-feira, dia 21, aos 88 anos, no seu apartamento na Casa de Santa Marta. Entre memórias comoventes e gestos simbólicos, sobressai a última aparição pública do Pontífice, na Praça de São Pedro, onde fez questão de regressar, pela última vez, a bordo do papamóvel.
Segundo o Vatican News, uma das últimas frases do Papa foi dirigida com gratidão ao seu assistente pessoal de saúde, Massimiliano Strappetti:
“Obrigado por me trazeres de volta à Praça”, disse Francisco, referindo-se ao encorajamento que recebera para participar, no domingo anterior, naquela que se tornaria a sua despedida do povo.
O Pontífice, já visivelmente debilitado, terá hesitado antes de sair:
“Achas que sou capaz?”, perguntou ao seu assistente, que o tranquilizou. A resposta viria com um sorriso ao contacto com dezenas de milhares de fiéis, numa volta inesperada e emotiva pela Praça de São Pedro, logo após a bênção Urbi et Orbi.
O regresso à multidão, e sobretudo às crianças, foi um gesto que parece ter dado ânimo ao Papa: “Cansado, mas feliz”, descreveram os que o acompanharam nesse dia. Depois do passeio, Francisco regressou à Casa de Santa Marta, onde descansou e jantou tranquilamente. Seria a sua última noite.
Na madrugada de segunda-feira, por volta das 05h30, surgiram os primeiros sinais de alarme. A equipa de saúde respondeu de imediato, mas por volta das 06h45 o Papa entrou em coma, depois de um último aceno a Strappetti. Faleceu pacificamente menos de uma hora depois, vítima de um acidente vascular cerebral, seguido de colapso cardiovascular irreversível.
O documento oficial de óbito, assinado pelo diretor de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, Andrea Arcangeli, certifica o falecimento de Sua Santidade Francisco (Jorge Mario Bergoglio) às 07h35 do dia 21 de Abril de 2025.
Francisco despediu-se como viveu: próximo das pessoas, com simplicidade e com um profundo sentido de missão até ao último instante. O seu gesto final, ao regressar à Praça de São Pedro, é agora recordado como um adeus silencioso, mas profundamente eloquente.