Na mensagem de Natal hoje transmitida e gravada, como acontece anualmente, para a RTP — e partilhada também por outros meios, incluindo a Rádio Amparo — o Patriarca de Lisboa sublinhou que o Natal não é uma ideia abstrata, mas um convite a criar “no concreto da nossa vida quotidiana” caminhos de proximidade, união e concórdia.
Ao longo da intervenção, D. Rui afirmou que o Natal é “uma chave simples, mas decisiva” para abrir, antes de tudo, “as portas do nosso coração”, pedindo que as relações humanas sejam orientadas pela compreensão e não por uma “lógica fria” que “exclui, descarta e fragmenta”.
A partir do presépio, o Patriarca destacou a dignidade inalienável de cada ser humano, lembrando que “ninguém é um número” e que cada rosto merece respeito e a possibilidade de construir uma vida digna. Assinalou ainda o valor dos gestos silenciosos de serviço e partilha que sustentam tantas vidas frágeis, “longe dos holofotes”.
A mensagem apresentou o Natal como “uma escola de esperança” — uma esperança concreta, capaz de construir pontes onde parecem existir apenas muros — e deixou também uma palavra dirigida aos povos marcados pela guerra e pela violência, garantindo-lhes: “não estão sozinhos”. Para o Patriarca, a paz é possível quando nasce da transformação dos corações e quando se abre espaço, “no coração e na sociedade”, para o outro.
No final, evocando o presépio de Belém como “sinal frágil e poderoso” da proximidade de Deus, recordou que “a vida pode sempre recomeçar” e desejou a todos um Santo Natal.