Na freguesia de Benfica, a noite eleitoral terminou tarde. Só depois das onze da noite de domingo foi possível obter informações sobre os resultados do escrutínio. Depois de ter anunciado os resultados de uma vitória expressiva, em direto para a Rádio Amparo, o líder da coligação “Viver Lisboa” – uma coligação reforçada que reuniu, nestas Autárquicas, PS, Livre, Bloco de Esquerda e PAN –, o líder, já na qualidade de presidente reeleito da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques, dirigiu-se para a sede de campanha eleitoral do município.
Mas a festa da vitória começou na sede improvisada da campanha da lista recandidata à Junta de Freguesia, e a satisfação era visível entre os presentes. A coligação Viver Lisboa teve mais votos, mais percentagem na votação total, e conseguiu mais um mandato na Assembleia de Freguesia.
Hernâni Silva, responsável pela Área Financeira do anterior executivo, avançou com uma possível explicação: a união de forças entre os vários partidos da coligação, e a proximidade aos eleitores. Para Carla Rothes, que tem sido a vice-presidente do executivo, e que tem tido sob a sua alçada o Gabinete de Candidaturas, mas também os Direitos Sociais, os Recursos Humanos e a Habitação, a vitória é um reconhecimento do trabalho que foi realizado, confessando que seria muito difícil, para a equipa, aceitar uma derrota.
Visivelmente feliz, Ricardo Marques chegou mais tarde à festa da vitória, vindo da sede de campanha de Alexandra Leitão, e do reconhecimento da derrota da coligação na eleição para a Câmara Municipal. Em Benfica, o cenário é diferente. A coligação Viver Lisboa conseguiu quase mais 9% de votos face às últimas eleições, o que representou um crescimento de quase 2700 votos do que tinha tido em 2021. O resultado deu à coligação Viver Lisboa 10307 votos, e mais um assento na Assembleia de Freguesia.
O Referendo à EMEL, os Bairros Digitais, as iniciativas próprias para construir Habitação são, para Ricardo Marques, as marcas de uma candidatura ousada, nas suas palavras, e de um projeto que, mais do que pessoal, representa a força de uma equipa. Ricardo Marques falou-nos ainda das expectativas que tem para a relação que manterá com o futuro executivo camarário, liderado pelo também reeleito Carlos Moedas, sobretudo no que diz respeito à gestão do lixo.
A candidatura “Viver Lisboa” é uma coligação entre vários partidos, o PS, o Livre, o Bloco de Esquerda e o PAN. Presente na celebração da vitória em Benfica, esteve a representante do Livre, Catarina Pereira, com quem falámos, e a quem perguntámos quais as expectativas para este mandato, e qual a contribuição do Livre nesta coligação. Catarina Pereira avançou que pretende trabalhar nas áreas em que os partidos da coligação têm objetivos comuns.
Composição da Assembleia de Freguesia
Mas nem só dos vencedores da noite eleitoral se faz uma Assembleia de Freguesia. Nestas eleições, a candidatura que ficou em 2º lugar, “Por Ti, Lisboa: Benfica”, que coliga PSD, CDS e Iniciativa Liberal, também aumentou o número de votos em termos absolutos e em termos percentuais. A lista encabeçada por Paula Portugal Mendes conseguiu 5090 votos, cerca de mais 1100 votos do que em 2021, e um acréscimo de 3%, mas mantém o mesmo número de assentos na Assembleia de Freguesia, 5 lugares. A Rádio Amparo pediu uma reação a estes resultados à cabeça de lista da coligação, mas, até ao fecho deste balanço, essa reação não nos chegou.
Quanto ao CHEGA, a lista liderada por Rui Cruz para Benfica, passou de 5% dos votos em 2021, para cerca de 9,5% nestas eleições, o que se traduziu em mais 949 votos, e em mais um assento, passando, assim, a ser dois os lugares que os fregueses de Benfica atribuíram ao CHEGA na Assembleia de Freguesia. Face ao pedido de uma reação ao resultado eleitoral, Rui Cruz enviou uma declaração escrita, na qual se destaca, “O CHEGA saúda todos os benfiquenses pela confiança renovada nestas eleições autárquicas, onde duplicámos o número de votos e de mandatos. Este resultado representa um claro sinal de que a nossa mensagem foi ouvida e que existe um desejo crescente por uma política mais transparente, moderna e próxima das pessoas”, são as declarações de Rui Cruz.
Já a CDU, e para encerrar o balanço de todos os partidos representados nesta Assembleia de Freguesia 2025/2029, foi a única força que perdeu votos e percentagem de votantes. A CDU conseguiu 6,3% do total das votações, este ano, e teve um decréscimo de quase 300 votos. Falámos com Mafalda Dias, a cabeça de lista do PCP/PEV por Benfica, que deu a sua explicação para as dificuldades que encontrou, nomeadamente o apelo ao voto útil, e prometeu uma oposição atenta, mas construtiva, que aposta na capacidade do trabalho institucional que pode ser feito em benefício das populações.
Em termos da composição do eleitorado em Benfica, e depois de uma limpeza aos cadernos eleitorais, a freguesia perdeu cerca de 700 eleitores desde as Autárquicas de 2021. No dia doze de outubro, estavam inscritas nas mesas de voto 31.657 pessoas. Com uma adesão de mais de 59% às urnas, houve, no total, 18.928 votantes que participaram nestas eleições para o poder local, e a abstenção passou muito pouco dos 40%.
Daqui a quatro anos, novo balanço e novas propostas virão a escrutínio eleitoral.
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