O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu esta manhã à Missa Crismal, na Sé Catedral de Lisboal, numa celebração que reuniu o clero diocesano em torno do seu bispo, reforçando a comunhão presbiteral. Numa homilia marcada pelo apelo à renovação espiritual e pastoral, o patriarca destacou a urgência da esperança num tempo de desafios.
“Nesta hora da história – marcada por tantas incertezas, conflitos, cansaços e até desilusões – a esperança não é um luxo, é uma urgência”, afirmou D. Rui Valério, dirigindo-se em particular aos sacerdotes. “O povo precisa de esperança. A Igreja precisa de esperança. O mundo tem fome de sinais de que Deus não se esqueceu da humanidade”, sublinhou.
Apelando à redescoberta da esperança como dom e missão, o patriarca lembrou que o padre é chamado a ser “artífice da esperança na Igreja e no mundo”. “Sois obreiros da esperança de Deus no mundo e colaboradores da Sua alegria para com todos”, declarou.
Segundo D. Rui Valério, o padre deve ser “o primeiro mensageiro da esperança cristã”, pela pregação da Palavra, que não deve ser estéril, mas sim “Evangelho do Deus vivo, que entrou na história, que venceu a morte, que nunca abandona os seus filhos”.
Num tempo em que “tantas palavras são vazias ou agressivas”, o patriarca exortou os presbíteros a serem portadores de uma palavra “ungida”, cheia de misericórdia e consolação. A missão sacerdotal, afirmou, concretiza-se também através da caridade e da celebração dos sacramentos: “Cada sacramento que celebramos é um encontro com a esperança viva”.
D. Rui Valério concluiu a sua reflexão com um convite à fidelidade às fontes da fé.
“Não deixemos que o peso dos dias, as dificuldades ou os desânimos nos endureçam o coração. Voltemos sempre à fonte: à Palavra, à Eucaristia, à oração. E deixemos que o óleo da graça penetre de novo o nosso ser”.
A Missa Crismal, celebrada tradicionalmente na manhã de Quinta-feira Santa, é um momento central da Semana Santa, no qual se benzem os óleos sagrados e o clero renova as promessas sacerdotais.